quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Curiosidades da História

O acidente da Ponte das Barcas no Porto

No início do século XIX, aquando das invasões francesas, a ligação entre as duas margens do Rio Douro, entre a cidade do Porto e a cidade de Vila Nova de Gaia, era feita por uma ponte de madeira assente em barcas que flutuavam no rio. A ponte era constituida por vinte barcas ligadas por cabos de aço e que podia abrir em duas partes para dar passagem ao tráfego fluvial. Chamava-se Ponte das Barcas, foi projectada por Carlos Amarante e inaugurada em 15 de agosto de 1806, com objectivos duradouros.
Em 29 de março de 1809, quando o marechal Soult chegou à cidade do Porto, deu-se uma batalha sangrenta. O exército português, comandado pelo bispo do Porto, não se rendeu. Lutou até ao fim e só depôs as armas quando se verificou que a derrota era inevitável. Foi nessa altura, que se deu a célebre catástrofe da Ponte das Barcas, em que milhares de vítimas morreram quando fugiam, através da ponte, às cargas de baioneta das tropas da 2ª invasão francesa, comandada por Soult. A estrutura em madeira da ponte não podia aguentar tanto peso. A ponte cedeu, os que estavam no centro afundaram-se. No meio da confusão, os que vinham atrás não deram conta do que se passava e tiveram o mesmo fim, morrendo afogadas milhares de pessoas.
Reconstruída depois da tragédia, a Ponte das Barcas acabaria por ser substituída definitivamente pela Ponte Pênsil em 1843.

Pesquisa de João Eduardo Lopes


O Coração de D. Pedro

D. Pedro IV foi sepultado no Panteão dos Braganças, na Igreja de S. Vicente de Fora (Lisboa). O seu coração foi doado, por decisão testamentaria, à Igreja da Lapa, no Porto, onde se encontra conservado, como relíquia, num mausoléu na Capela-mor da igreja, ao lado do Evangelho. Em 1972, os seus despojos foram trasladados do Panteão de S. Vicente de Fora para a Cripta do Monumento do Ipiranga, em S. Paulo, no Brasil. Actualmente, os restos mortais do Imperador repousam ao lado da sua primeira esposa, a Imperatriz D.ª Leopoldina e da segunda esposa, Imperatriz D.ª Amélia.


Pesquisa de Diogo Nascimento


Os restos mortais de D. João VI

D. João VI faleceu em 1826. Cento e sessenta e sete anos depois, em 1993 portanto, o arqueólogo Fernando Rodrigues Ferreira descobriu, durante o restauro do Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, no chão esventrado da "Capela dos Meninos de Palhavã", um pote de porcelana contendo as vísceras e o coração de D. João VI. Feitas as análises laboratoriais ao achado, para além de virem confirmar as fortes suspeitas, que sempre existiram, de que o Rei teria sido assassinado, constatando-se ter sido uma excessiva dose de arsénico o agente causador da sua morte aos cinquenta e nove anos de idade, verificou-se também, entre os muitos resíduos já pulverizados que se encontravam nos intestinos de D. João VI, a existência de pequenos fragmentos de um fruto que, após análise rigorosa efectuada no Laboratoire National de Monteplier, em França, se concluiu, irrefutavelmente, tratar-se de nêspera.

Pesquisa de Diogo Nascimento


O gosto de D. João VI por nêsperas

Era do domínio público na época, a obsessiva paixão que D. João VI tinha pelos prazeres da boa mesa e, em particular, pelas coxas de um belo frango assado. Mas aquilo que não se sabia, até se descobrir o fascinante livro de Bonifácio Dias, era a ainda mais infinita fixação do rei por nêsperas.
No início do século XIX, quando as tropas francesas ameaçavam as fronteiras portuguesas, a família real resolve refugiar-se no Brasil. Sabendo, o ainda regente que na colónia, nêspera era um fruto que não havia, decidiu chamar da Áustria um conceituado botânico, a quem foi imcumbida a tarefa de criar uma vasta plantação de nespereiras no Rio de Janeiro. Para o efeito foram levadas de Portugal cerca de 300 árvores adultas. Passados 7 meses após a plantação, já as árvores viçavam e, pasme-se, davam os primeiros frutos perante o gáudio e entusiasmo de de D. João VI.
Criou-se então no Paço Real o hábito de comer nêsperas. D. Pedro de Alcântara(futuro D. Pedro IV) cedo superou o pai, nas exigências que fazia de ter nêsperas por perto a qualquer hora do dia ou da noite.
Incompatibilizado com o filho D. Pedro, fruto das ignominiosas intrigas espalhadas pelo seu outro filho D. Miguel, acerca do carácter e honradez de d. Pedro, D. João regressou a Portugal em 1821 após a Revolução Liberal de 1820.
Antes de regressar, porém, e como represálias da propalada tentativa do filho D. Pedro o querer destronar, mandou que o seu botânico austríaco arrancasse e destruísse todas as nespereiras da colónia, de forma a que o filho não pudesse satisfazer os seus incontidos desejos por tão delicioso fruto.

Pesquisa de Diogo Nascimento

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