terça-feira, 26 de outubro de 2010

O bolo de casamento da Formiguinha horripilante



O bolo tinha dez camadas de morango, natas, caramelo, todas cobertas por chantilly. Pesava quinze quilogramas.
Estavam escritas frases de amor em açúcar cristalizado, em cada uma das camadas. Era também decorado com doze rosas encarnadas, feitas com hóstia. Aquele enorme bolo de massa folhada e de amêndoa tinha no topo dois corações de massa de pasteleiro com olhos, boca e nariz, abraçados amorosamente, como se não houvesse o amanhã. Estavam cercados por corações de chocolate de leite, presos por fios de geleia solidificada. O bolo tinha algumas estrelinhas pequenas, coloridas e feitas de açúcar.
- Hum!... Que delícia! - diziam os convidados.
Por fim, os noivos partiram o bolo com uma faca de prata e saborearam o nobre, bonito, delicioso, fabuloso e colorido bolo e, logo disseram:
- Não é possível este bolo ser tão bom!!!...


Diogo Nascimento e Cláudio Mendes

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A escravatura-Visita do Pe. António Vieira a um engenho de açúcar no Brasil

O Padre António Vieira visitou uma "sanzala"* de um "Engenho"* de açúcar no Brasil onde estavam escravos provenientes de Angola. Depois, dirigiu-se à "casa grande"* acompanhado do "capitão- do- mato"* para falar com o senhor do "engenho"*.

Padre António Vieira: senhor, estive agora na "sanzala"* e vi como tratam os escravos. O seu "capitão- do- mato"* estava a chicotear um deles, só porque parou de trabalhar para beber água.
É um tratamento desumano. Vivem acorrentados, não se alimentam e não descansam.
Deus ama as suas criaturas e não irá perdoar quem assim trata os seus filhos!

Senhor do engenho: o sr. padre acha que estes são filhos de Deus?
O senhor acha que estes selvagens conhecem o sinal da cruz?

Padre António Vieira: mas senhor, essa é a nossa missão. Jesus veio ao Mundo para nos salvar. Nós também devemos salvar estas almas, devemos torná-los cristãos!

Senhor do engenho: oh! senhor padre, estes animais não são como nós... Acha que viviam melhor no mato?

Padre António Vieira: mas, porque é que os tem presos? Deus fez todas as suas criaturas livres!

Senhor do engenho: tem que ser assim! Um escravo quando se revolta é capaz de nos comer vivos. E depois sabe como é, se estiverem livres fogem para o mato e ninguém os consegue apanhar.

Padre António Vieira: eu estive bastante tempo ao pé dos escravos e são homens bons. Eles só fogem porque são maltratados.

Senhor do engenho: lá está o senhor padre com as suas teorias, mas aqui o que interessa é a produção de açúcar. Eu vim para este fim de mundo para fazer fortuna. Deixei a minha família no Minho e só quero enriquecer para voltar a Portugal. Acha que estou preocupado com estes selvagens?

Padre António Vieira: senhor, lembre-se que a vida na terra é passageira. Deus verá com bons olhos se o senhor libertar os seus escravos. Pense nisso! O dinheiro não é tudo na vida!


*Sanzala - alojamento dos escravos;
*Casa grande-casa do dono do Engenho;
*Engenho - nome dado a uma propriedade agrícola destinada à produção de açúcar;
*Capitão-do-mato- empregado encarregado de castigar e capturar os escravos fugitivos;



João Eduardo Vilaverde nº 7

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Se eu fosse um Bandeirante...

A viagem mais aventureira que fiz e que nunca vou esquecer foi a visita a Tété na Amazónia. A viagem de Portugal ao Brasil decorreu normalmente. Quando desembarquei, meti os pés ao caminho até à Amazónia. Esta viagem durou dois anos e cento e vinte e seis dias. Chegámos ao destino ao fim de 1547 paragens em locais muito rochosos, mas sem encontrarmos rigorosamente nada, eu e os meus 125 homens!
No início parecia estar tudo muito calmo, mas quando escureceu, aí pelas dez horas da noite, eis que de repente apareceu um cão enorme todo pelado, com aguçados dentes caninos, designado de "chupa-cabras". Peguei num pau, mergulhei-o numa colmeia e fiz lume o que espantou o canídeo, que se pôs em fuga.
Na manhã seguinte, fomos até um monte cheio de pedras brilhantes mas não valiosas, mesmo assim, recolhêmo-las para um saco feito de linho. De repente, apareceram milhares e milhares e milhares de serpentes que deitavam as suas ameaçadoras línguas bifurcadas cá para fora; fazendo uma estimativa eram à volta de 500.000. Pensámos e logo nos surgiu a solução: como as cobras têm medo da luz despejámos o saco de meia arroba de pedras brilhantes e, passados alguns minutos começaram a fugir para todos os lados.
No dia seguinte, saímos rapidamente daquele local. Passados três km de intensa marcha, encontrámos um lago cheio de jacarés e outras coisas que nem se podem imaginar.... construímos uma jangada de paus grossos para atravessar o Amazonas, defendendo-nos como podíamos dos "ditos cujos" que cruzavam o nosso caminho:
-Pumba!
-Pimba!
-Catrapumba!
E lá passámos a tarde naquilo...!Viajámos noites e dias, vivemos acontecimentos e perigos mil e deles nos safámos por uma "unha roxa".
Só faltava aparecer à nossa frente um "bicho -pão de cinco cabeças"!
Então, certo dia, quando já estávamos no coração da Amazónia, apareceu-nos um "homem-touro": o minotauro! Pés para que te quero! Diria que estávamos a correr a mais de 350 Km /hora, mas com o susto mexemo-nos apenas um mílimetro... por incrível que pareça o minotauro ou lá o que era acabou por desaparecer!
Só sei que a seguir veio um tornado que perfurou a zona. Sabem o que havia lá no fundo?Toneladas e toneladas de diamantes... Transportámos as pedras numa espécie de carros. O barco levou-os até ao reino.
Quando apresentaram os diamantes ao Rei, soaram as trombetas, abriram as cortinas, mas em vez de diamantes estavam lá, nada mais, nada menos que um conjunto de jacarés num bloco de gelo que tinha derretido durante a viagem! Foi a barafunda total, até os homens mais valentes e bem armados do reino fugiram...
Passaram muitos anos e os jacarés acabaram por voltar para a Amazónia, local onde ainda se encontram hoje... por isso quando virem jacarés de três ou quatro metros de largura e onze de comprimento têm que fugir...e bem rápido!
Moral da estória: o dinheiro não é tudo na vida!

Diogo Emanuel Sampaio

O Novo Ano Lectivo

Olá a todos!


Eis-nos de volta à Escola. Agora, já no 6º ano, e prontos para continuarmos o trabalho que iniciámos no ano lectivo anterior.
Este ano frequentamos menos disciplinas na Turma Mais: Língua Portuguesa, Inglês, História e Geografia de Portugal, Ciências da Natureza e Matemática.
Somos o primeiro grupo de alunos (nível 5) e frequentaremos a Turma Mais até meados do mês de Novembro, altura em que regressaremos às nossas turmas de origem.
Esperamos que o trabalho nesta turma continue a produzir bons resultados.
Desejamos, a todos os alunos do Agrupamento, um bom e proveitoso ano lectivo 2010/2011!

Poema ao Reinado de D. João V




Era um Reino rico
De diamantes preciosos
Sob lustres reluzentes
E tapetes valiosos.



Quadros e terrinas, centros de fruta
E também mobílias sem fim
Mesas luxuosas
E tecidos de cetim.




Nobres bem vestidos
Cabeleiras sem igual
E pinturas faciais
Que são feias e fazem mal!




Coches de talha dourada
Touradas, óperas e diversão...
O café, o chocolate e o rapé
Não podiam faltar na hora da refeição.



E acaba aqui este poema
Onde falo do reinado do quinto D. João.
Um reinado muito rico
E com muita animação.




Diogo Emanuel Sampaio