A minha professora de História e Geografia de Portugal pediu-nos para entrevistarmos um familiar ou conhecido que tenha vivido no período do Estado Novo e que tenha pertencido à “Mocidade Portuguesa”, uma organização juvenil com fins políticos. Nessa época, era de filiação e participação obrigatória para os jovens, por isso entrevistei a minha avó.
Identificação da entrevistada
Nome: Ana Maria Vaz Pinto Vilaverde
Idade: 64 anos
Profissão: Aposentada da Função Pública
Residência: Murça
1) Pertenceu à Mocidade Portuguesa?
Sim, pertenci, tinha 13 ou 14 anos. Na altura vivia em Vila Real e fiz parte do núcleo da Mocidade Portuguesa naquela cidade. Existiam instalações próprias junto aos Bombeiros da Cruz Verde, onde reuníamos.
2) Chegou a usar farda? Consegue descrevê-la?
Sim, usei farda. Usávamos saia castanha, camisa verde com dois bolsos, meias verdes até ao joelho, sapatos pretos e uma boina castanha. Na camisa estava o emblema da Mocidade Portuguesa, com as cinco quinas da Bandeira Nacional.
3) Em que dias da semana se realizavam as actividades da Mocidade Portuguesa? O que faziam? Marcavam faltas?
Já não me lembro, mas sei que era obrigatório ir aos encontros da Mocidade Portuguesa.
4) Participou em alguma comemoração nacional?
Sim. Fomos a Lisboa receber o Presidente do Brasil, o Dr. Juscelino Kibitschek, em visita oficial ao nosso país. Estávamos todos em fila e acenávamos com bandeirinhas de Portugal. Também fazíamos férias todos juntos na Praia da Aguda. Aí reuniam-se elementos da Mocidade Portuguesa de todo o país.
5) Gostou de pertencer à Mocidade Portuguesa?
Sim. Na altura em que participei era muito nova e não tinha consciência do que, verdadeiramente, significava aquela organização. No entanto, como muitos jovens, pelo facto de ter pertencido à Mocidade Portuguesa tive oportunidade de gozar férias na praia e de fazer visitas a outras cidades. A Mocidade Portuguesa era uma estrutura muito organizada.
João Eduardo Vilaverde Lopes - 6º Ano
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